Sobre Jejum


Sobre Jejum...

Tenho observado nesses dias um grande alvoroço na midia por causa do jejum que o presidente Bolsonaro (ouvindo a sugestão de alguns lideres religiosos) pediu que as pessoas fizessem no próximo domingo dia 05 de abril.
Quero deixar claro que como sacerdote Cristão sou plenamente a favor do jejum, porem tenho sentido algum incomodo com a forma com que as pessoas estão tratando o jejum. Vale lembrar as palavras de Jesus a respeito dessa disciplina espiritual (jejum) que esta no evangelho de Mateus 6:16-18:

" Quando vocês jejuarem, não fiquem com uma aparência triste, como os hipócritas; porque desfiguram o rosto a fim de parecer aos outros que estão jejuando. Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua recompensa.
Mas você, quando jejuar, unja a cabeça e lave o rosto,
a fim de não parecer aos outros que você está jejuando, e sim ao seu Pai, em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa."

            A prática do jejum não é um rito de alegria e celebração, você não encontra na bíblia, jejuns sendo praticados de forma festiva ou sendo tratado de forma banal. O jejum também não serve como forma de barganha com DEUS, ou o fato de você se abster de algo não faz com que DEUS mude .
O pastor Kenneth Hagin dizia a acerca do jejum: “O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais suscetível ao Espírito de Deus”

             Jejuar traz uma mudança em nós, e nos faz mais sensíveis a voz do Espírito Santo. Observando os jejuns praticados na Bíblia vejo que eles visavam consagração arrependimento, submissão a vontade de DEUS, reconhecimento de que DEUS era a única solução para as mais difíceis situações.

            Na cidade de Ninive, uma cidade pagã que não servia ao DEUS de Israel, quando recebeu a profecia envida por Jonas , o Rei de Ninive mandou que todos jejuassem e se vestissem de panos de saco, isso era um sinal de que eles estavam arrependidos de seus erros, dos seus maus feitos. E através do jejum eles estavam demonstrando isso.
            Quando Ester convoca o povo Judeu para jejuar, ela estava demonstrando dependência , pois a salvação do seu povo dependia não de seus feitos como Rainha ,mas sim da Providencia Divina.
            Já o Rei Davi pos-se a jejuar quando seu filho com Bete-Seba adoeceu, o jejum de Davi era de arrependimento, pois sabia que a enfermidade de seu filho era consequência de seu pecado diante de DEUS.
            O profeta Daniel também jejuou, no caso dele , ele precisava da direção divina, para compreender as coisas que ele vira, em visão.

            No novo testamento temos o exemplo do próprio SENHOR JESUS, que logo após ser batizado nas águas por João Batista, foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado e por quarenta dias ELE jejuou, no caso de JESUS mesmo ELE sendo DEUS , ELE não usurpou ser igual a DEUS, e jejuou para que sua carne humana se submetesse e estivesse em comunhão com o Espírito Santo que repousara sobre ELE na ocasião de seu batismo.

            O que quero dizer com esse artigo é que o jejum não deve ser feito de forma a trazer orgulho próprio. Não jejuamos para mudar a DEUS, mas jejuamos, por que reconhecemos nossas falhas e nos arrependemos delas, jejuamos porque sabemos que só em DEUS podemos obter a vitória, jejuamos nos humilhando de coração, reconhecemos que não é por nossas forças ou inteligência, ou por nosso dinheiro, jejuamos por que reconhecemos que a salvação só vem de JESUS, que a nossa vitória é a vitória de CRISTO na cruz.
Jejuamos não para dizer aos outro o quão santos nós somos, mas sim para dizer na nossa carne o quão frágeis somos e o quão de pendentes somos da intervenção divina sobre nós.

            Então ao jejuar nesse próximo dia 05 esteja com o coração correto, quebrantado diante de DEUS, reconhecendo a soberania de DEUS diante da situação que estamos vivendo , se arrependendo de todo orgulho pessoal, se colocando debaixo das poderosas mãos de DEUS.

            Que JESUS nos abençoe e nos livre de todo o mal.

Pr Felipe Proença.

Comentários